Este Dia de Finados me traz recordações curiosas, porém como recorda o articulista - Renato Mendonça, antes havia uma sacralidade, a visita aos cemitérios, aos mortos era motivo de ganhar indulgências. Hoje, a preocupação é com o resultado do jogo de futebol e equivalências.
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Sepultura no cemitério São Francisco, situado
no Morro da Liberdade - Manaus
no Morro da Liberdade - Manaus
DIA DE SAUDADES
02.11.2025 Renato Mendonça
O dia de hoje, para a maioria dos cristãos, vem carregado de sentimentos. Antigamente, trazia no bojo uma certa sacralidade, recheado de emoções e lembranças de nossos entes queridos que “partiram”. São emoções profundas que nenhuma lógica humana consegue explicar. Um ar circunspecto, envolto em um mistério divino, acompanhava multidões aos cemitérios, aos jazigos ou aos espaços onde os finados deixaram suas marcas. Uma forma de reverenciá-los com gratidão.
Entretanto, a cada ano que passa por nós e nos abandona,
confirma-se aquele velho adágio popular: “O pior da morte não é morrer, é ser
esquecido”. Fazendo um contraponto com essa dialética da vida, devemos nos
alicerçar em um pressuposto: aqueles que nos amaram e aqueles a quem amamos,
não passam, jamais morrerão. A presença deles é inesquecível e faz parte do
nosso ser e de nossa história.
A profundidade do mistério da vida nos é garantida pela
imortalidade de Cristo, que vive em nossos corações e mentes. Ele, também, nos
abastece de amor com argumentos místicos que se encerram numa fé profunda sobre
o nosso porvir: "Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que crê em mim,
ainda que morra, viverá" (Jo 11:25-26).
A morte de qualquer pessoa do nosso convívio nos faz pensar
também na nossa, pois é inevitável. Esta realidade, ao invés de diminuir o
sentido da vida, nos contextualiza dentro da lógica humana, para viver
plenamente cada momento como se fosse a eternidade. Isso nos é oferecido pelo
amor, pois só o amor nos eterniza.
O Dia de Finados, além de ser um momento de reflexão, é
também um Dia de Saudades. Um dia de homenagem aos mortos e oportunidade
de lembrar que nosso viver, aqui nesse plano físico, está confinado dentro de
um espaço de tempo, dentro dos planos de Deus.
A Encíclica Gaudium et Spes nº 18 (Alegria e
Esperança) nos oferece fundamentos filosóficos confortantes sobre a nossa
condição humana: “Para qualquer pessoa que reflete, a fé dá-lhe uma resposta
à sua angústia sobre a sorte futura. Ao mesmo tempo, oferece a possibilidade de
comunicar-se, em Cristo, com os irmãos queridos já arrebatados pela morte,
trazendo a esperança de que eles já tenham alcançado a verdadeira vida junto de
Deus”.
Por uma questão de obviedade, sempre lembro de minha mãe,
falecida prematuramente. Hoje, nesse dia especial, estendo a todos os nossos
entes queridos essa lembrança. Deus os guarde à sombra de Sua proteção e à luz
de Sua Face!
Amém.
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