CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, agosto 01, 2025

VIVALDO FROTA NA POLÍCIA MILITAR

 

Vivaldo de Barros Frota (1928-2015) abdicou do cargo de vice-governador para se candidatar a prefeito de Manaus, em maio de 1988. Em visita ao quartel da Praça da Polícia agradeceu aos policiais, na pessoa do comandante coronel Pedro Lustosa. Na ocasião, Frota delineou o vasto apoio que vem recebendo. Não obstante, Artur Virgílio Filho foi o vencedor das eleições, administrando Manaus entre 1989-93.

 

Recorte do Jornal do Commercio, 20 abril 1988, com foto
no Auditório do quartel da PMAM
 


O candidato do Governo a Prefeitura de Manaus, Vivaldo Frota, despediu-se do cargo de vice-governador, ontem pela manhã, onde as 10 horas foi homenageado pelo Comando-Geral da Polícia Militar (...) “Vamos ganhar com apoio de Amazonino Mendes, o governador que mais trabalhou e detém o maior índice de popularidade”, declarou Vivaldo. Disse ainda contar com o apoio de Gilberto Mestrinho, “líder carismático, lideranças mais expressivas da Assembleia Legislativa e do Congresso.”

“Novamente aceitei o desafio e vou tranquilo, pois não é possível que um prefeito de uma capital mantenha relações estremecidas com o Governo, pois é para manter o bem de todos que estou indo para a Prefeitura” concluiu Vivaldo Frota.

terça-feira, julho 29, 2025

A CARROÇA DO GELEIRO

 Compartilho do jornal A Gazeta, na coluna Manaus em Foto, de 11 março 1964, para lembrar um antigo meio de transporte, de mudanças e de vendas. Entre outros recursos. Falo da carroça que não mais se vê na capital amazonense. Mas, ainda existem em capitais do país. Lembro-me da mudança que a família realizou indo de Educandos para o Morro da Liberdade utilizando este meio de transporte. Para os garotos da casa foi uma farra, indo e vindo na boleia. A legenda relembrou os mais conhecidos geleiros e a fórmula de venda. Estou certo de que somente os setentões podem lembrar outros detalhes. De fato, é o progresso...

A carroça e o geleiro bem descritos no texto da legenda (abaixo)
 

Antigamente não era assim. Quando havia “gelo cristal”, as geladeiras de fabricação doméstica proliferavam e não havia as “Frigidaires”, apelido popular das geladeiras elétricas quando surgiram. O carro era diferente, coberto, revestido internamente de folhas de flandres para proteger o produto. E o dono da carroça, do burro e do gelo eram nossos patrícios de ultramar que fizeram fortunas no comércio, como o Felipe Geleiro, de sempre lembrada memória e espólios e o Alonso, outro campeador das ruas, levando frescuras às multidões.

Com aquelas grandes bolsas de couro presas ao cinto, onde guardavam o “tutu mimoso”, que amealhavam com prazer. Até nos estribos e nas rodas as carroças antigas eram diferentes. E a boleia também, com um pouco mais de conforto. Os estribos eram maiores e um pouco mais de atrás. As rodas eram grandes, de madeira, com aros de ferro, no estilo das boas carroças de antanho. Os donos da carroça, do gelo e do burro, invariavelmente, usavam chapéus de massa e somente estacionavam nas esquinas. Tinham uma balança, daquelas de pendurar, pra pesar o gelo, dando o desconto devido.

 Mas o progresso chegou, o gelo a domicílio perdeu seu cartaz, o Felipe Geleiro morreu deixando uma fabulosa fortuna e de tudo restou apenas o burro. Não é o mesmo, mas nada mudou no aspecto, perdendo apenas os antolhos. É que hoje em dia, mesmo sendo burro ninguém se conforma mais em olhar só para a frente: Daí...

domingo, julho 27, 2025

POESIA DOMINICAL (9)

 O poema deste domingo é obra do saudoso Sergio Luiz Pereira (1965-2015), que nos herdou duas obras (Cordas da Lira e Sopros do Oboé) e uma póstuma, donde recolhi a ilustração poética. Metais Sonoros é o título da obra será editada para relembrar o décimo ano da morte do Poeta, que ocorre em dezembro próximo. Dele escreveu Tenório Telles, em Estudos de Literatura do Amazonas (2021): “A morte precoce de Sergio Luiz Pereira interrompeu não só uma história de vida, mas o trabalho criativo de um dos mais dedicados e meticulosos poetas de sua geração.” E conclui: “É particularmente marcante na poética de Sergio Luiz Pereira o rigor formal, a linguagem elegante e a beleza que reveste sua lírica.”

 

Serginho, nos pincéis do Bjarne (2016) 


DOS CANTOS DA CIDADE

Amanhece o encanto já perdido.

 · Bandeira Tribuzi

 Quando o dia estender seus lençóis brancos

Quase nada seremos: carnes frias

Corpos comuns em tristes letargias

Contrário do que foram solavancos.

 

A tarde mais virá com ventos francos

Bater em nossas mentes, fugidias

Lembranças do que fomos nas sadias

Ondas de amor, sem trancos ou barrancos.

 

Quando a noite pesar em nossos passos

Cada qual mitigará os seus cansaços

À procura de encanto renovado.

 

Quem sabe não seremos só saudade

Nos quatro cantos da nossa cidade

     Banhada pelo gozo já apagado.

sábado, julho 26, 2025

IGPM NA POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS

 Notícia recolhida no jornal A Crítica (29 setembro 1978).

Com a finalidade de inspecionar a Polícia Militar do Estado do Amazonas, esteve em Manaus nos dias 23, 24 e 25 o General de Brigada Harry Alberto Schnarndorf, Inspetor-Geral das Polícias Militares do Brasil, órgão subordinado ao Ministério do Exército. A IGPM foi criada pelo dec. lei 667, de 2 de julho de 1969, que trata da reorganização das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros dos Estados, Territórios e Distrito Federal. Durante a inspeção realizada na PMAM, fez-se a acompanhar de oficiais pertencentes ao seu Estado-Maior. Nas fotos, vemos quando, passava revista à tropa e recebia a apresentação individual de oficiais da PM.

Uma indiscrição observada: o sobrenome do general, nascido em Santa Catarina, era bastante estranho para os oficiais nortistas. Desse modo, passei a semana juntamente com os colegas treinando o nome de guerra do visitante. No salão de honra, local da apresentação, perfilaram: (a partir da esq.) capitães Alrefredo e Roberto (autor desta postagem), majores Humberto e Osório (que olha com assombro) e o tenente-coronel Lustosa. De perfil, o general Schnarndorf!